Um olhar mais atento à Terapia do Esquema

Isabel Henriques
dezembro de 2025

Na intrincada tapeçaria das nossas mentes, certos padrões — conhecidos como esquemas — podem influenciar significativamente os nossos pensamentos, emoções e comportamentos. A Terapia do Esquema, desenvolvida pelo Dr. Jeffrey E. Young, oferece uma abordagem integradora e abrangente para compreender e transformar estes padrões profundamente enraizados. Nos últimos anos, esta modalidade terapêutica tem ganho destaque pela sua eficácia na abordagem de dificuldades emocionais persistentes e na promoção de mudanças duradouras.
Compreender os esquemas
Os esquemas são estruturas centrais de crenças que moldam a perceção que temos de nós próprios, dos outros e do mundo. Geralmente têm origem em experiências precoces, evoluem ao longo da vida e contribuem para a formação de mecanismos de sobrevivência. Enquanto alguns esquemas são adaptativos, outros podem ser desadaptativos, conduzindo a dificuldades nas relações interpessoais, no contexto profissional e no bem-estar emocional global.
Modos de esquema
A Terapia do Esquema introduz o conceito de modos de esquema. Enquanto o esquema é entendido como uma estrutura estável e duradoura, o modo de esquema representa estados momentâneos cognitivos, emocionais e comportamentais resultantes da ativação de um ou mais esquemas. Estes modos são ativados por situações que evocam memórias dolorosas e emoções difíceis de regular. Quando desadaptativos, interferem com o funcionamento eficaz e o equilíbrio emocional.
O lado menos adaptativo dos esquemas
O Dr. Young identificou 18 esquemas iniciais mal-adaptativos que podem comprometer significativamente o funcionamento psicológico. Estes incluem temas como abandono, defeito/vergonha, grandiosidade, desconfiança e privação emocional. Reconhecer estes padrões é essencial para interromper ciclos repetitivos de sofrimento emocional.
Princípios da Terapia do Esquema
Identificação e exploração: O processo terapêutico começa com a identificação e análise dos esquemas, explorando experiências passadas e o seu impacto no presente.
Validação e empatia: A relação terapêutica é central, proporcionando validação emocional e um espaço seguro para a exploração da vulnerabilidade.
Técnicas cognitivas, comportamentais e experienciais: A Terapia do Esquema integra diferentes abordagens para desafiar e modificar esquemas desadaptativos, promovendo formas mais saudáveis de pensar e agir.
Parentalidade limitada: Este conceito envolve a satisfação de necessidades emocionais não atendidas, através de uma relação terapêutica empática, segura e orientadora.
Aplicação e eficácia
A Terapia do Esquema tem-se mostrado especialmente eficaz no tratamento de condições crónicas e complexas, como a perturbação de personalidade borderline, a distimia e dificuldades interpessoais persistentes. Ao trabalhar as raízes do sofrimento emocional, promove mudanças profundas e sustentadas.
No campo das intervenções psicológicas, a Terapia do Esquema destaca-se como uma abordagem holística e integradora. Ao identificar esquemas desadaptativos e promover reestruturação, integração e aceitação, os indivíduos podem flexibilizar a influência do passado e caminhar em direção a uma vida mais alinhada com os seus valores. À medida que a psicologia evolui, esta abordagem continua a afirmar-se como uma ferramenta poderosa para a regulação emocional e a melhoria da saúde mental.
Escrito por Vanessa Ressurreição · 30 de janeiro de 2024
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